quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Não deixem de ler....MEC sobre cancro da mulher

Hoje li uma coisa num outro blogue e depois fui pesquisar...foi algo que mexeu comigo, que me choca e faz me ter um medo terrível,admito. Não só por mim mas pelas pessoas que mais amo...faz me tremer pensar que alguém que eu adoro passe por tal...
Faz me pensar que esta doença não escolhe sexo, idade, raça...não há um factor comum óbvio, que nos permita, à partida, ter certezas de que ela não passará por nós.
Não ter dinheiro para comprar umas calças, uma viagem, ou até ir jantar fora: isso não é infelicidade, isso pode ser temporário mas não é, efectivamente, problema. Problema sério e grave é não ter saúde. Sei que falo de boca cheia, porque nunca me faltou nada mas não tenho dúvidas de que a máxima "Vão se os anéis, ficam os dedos" se aplicaria por qualquer pessoa que eu ame.

O Mec escreveu nas suas crónicas:
«Quando sair este jornal, a Maria João e eu estaremos a caminho do IPO de Lisboa, à porta do qual compraremos o Público de hoje. Hoje ela será internada e hoje à noite, desde o mês de Setembro do ano passado, será a primeira vez que dormiremos sem ser juntos.
O meu plano é que, quando me expulsarem do IPO, ela se lembre de ir ler o PÚBLICO....e leia esta crónica a dizer que já estou cheio de saudades dela. É a melhor maneira que tenho de estar perto dela, quando não me deixam estar. Mesmo ficando num hotel a 30 passos dela, dói-me de muito mais longe.
......
O IPO consegue ser uma segunda casa. Nenhum outro hospital consegue ser isso. Podem ser hospitais muito bons. Mas não são como uma casa. O IPO é. Há uma alegria, um humor, uma dedicação e uma solidariedade bem-educada e generosa, que não poderiam ser mais diferentes da nossa atitude e maneira de ser- resignada, fatalista e piegas- que são o default institucional da nacionalidade portuguesa. É graxa? Para que tratem bem a Maria João? Talvez seja. Mas é merecida. Até porque toda a gente que os três IPO de Portugal tratam é tratada como se tivesse direito a todas as regalias. Há muitos elogios que, não obstante serem feitos para nos beneficiarem, não deixam de ser absolutamente justos e justificáveis.
Este é um deles. Eu estou aqui ao pé de ti. Como tu estás ao pé de mim. Chorar em público é como pedir que nada de mau nos aconteça. É uma sorte.É o contrário do luto. Volta para mim.»
E depois de ler isto só consigo pensar no quão consumistas nos tornámos e, muitas vezes, temos tudo para ser felizes e pensamos que somos uns tristes porque não temos o carro x e a casa y.
Na vedade...who cares?

8 comentários:

  1. Também li isso e fiquei assim com um aperto cá dentro..

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  2. Sem dúvida que a Saude é o bem mais precioso. Sabem o que doi? É vermos quem gostamos a sofrer e não podermos fazer nada para acabar com essa dor, porque existem alturas em que o amor já não chega, o medo consegue superar isso e custa...
    Nunca pensei que me fosse bater à porta esta doença, que fosse fazer parte da vida de quem sempre foi o meu suporte, mas chegou, e 2 anos depois, tenho dias em que a força já vai faltando...Beijinho e o importante é darmos valor ao que temos, acredita!

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  3. Li essa texto num outro blogue e fiquei completamente em choque. Como é que é possível que só saibamos reclamar da nossa vidinha só porque não temos tudo o que queremos, e esquecemos completamente que há quem tenha realmente graves problemas.

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  4. Já conhecia este texto...
    É DE SENTIR , DE ARREPIAR...

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