quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Lobito e Benguela I


Antes de ontem foi um dia enorme, muitas horas em viagem mas vimos imensa coisa. Acordámos as 4hr45 e arrancámos direcção Lobito. Pelo caminho fomos parando para ver algumas paisagens, terras e ainda uma cachoeira.
A primeira paragem foi no Miradouro da Lua. Tem uma vista que não dá para descrever, a praia sempre a acompanhar a paisagem até perder de vista.


Vista Miradouro da Lua

Vista Miradouro da Lua
Uma coisa que notei durante os 500 km’s que fizemos foi a diferença, em curtos espaços, de paisagem: ora imenso verde, de repente árido e seco, montanhoso, com plátanos como tão depressa parecia o deserto. Impressionante. Uma imensidão de diferentes paisagens.




A paragem seguinte, depois do Miradouro da Lua, foi Cabo Ledo. Tem uma praia fantástica e um condomínio privado com umas casas para alugar. O sítio em si é um paraíso. Dá vontade de ficar por uns dias:

Cabo Ledo



As cachoeiras obrigaram-nos a fazer um desvio, ainda razoável, do destino mas valeu a pena. É uma paragem que vale mesmo.



Nos entretantos de todo este caminho fizemos paragens em duas terras: Porto Amboim e Sumbe. Do que vi até agora posso dizer que o Sumbe foi o que mais me impressionou…uma lixeira, uma pobreza irreal. Não dá para acreditar que há quem viva naquelas casas, que as coisas que têm ar abandonado estejam a funcionar, o lixo na rua, o desordenamento total. Tudo tem um ar abandonado, sujo, destruído mas…é assim. Esta terra fez me uma certa confusão. Imensa gente na estrada que nos conduz à entrada da cidade, uma rua cheia de musseques dos dois lados. Muitas crianças, adultos e animais pela estrada fora. Depois passámos por Porto Amboim. Embora dê para perceber que é uma vila pobre, não faz impressão tendo em conta o que se vê por cá. É “organizada”, as coisas não estão no caos como no Sumbe. De tudo o que vi até à data foi o que menos gostei. É muita destruição, pobreza…

Gasolineira, operacional, em Sumbe
Musseque no Sumbe

Rua em Porto Amboim

Gasolineira em Porto Amboim

Chegámos, depois de imenso tempo na estrada, ao Lobito. Adorei no Lobito, o bairro da Restinga. As casas estão “arranjadinhas”, as avenidas são enormes, o bairro é simpático. Nada choca ou impressiona aqui, como algumas coisas que já vi. Claro que se vêm muitas coisas que, para nós, não são habituais: guardas às portas, pessoas sentadas no chão à sombra mas não choca. Muito pelo contrário, porque as coisas que referi fazem parte deste povo, desta cultura: é um modo de estar. As praias cheias, famílias inteiras na praia, casas quase à beira mar muito cuidadas. Depois do Sumbe, deu gosto ver o Lobito. Á noite fomos jantar a Bengela. É perto, uns 25 minutos. A primeira impressão que tive de Bengela é que é uma cidade cheia de vida, muita gente a andar na rua, as esplanadas cheias, miúdos a bincarem em cada esquina. É uma sensação de liberdade. Não sentimos qualquer perigo, receio…nada. Jantámos um excelente arroz de marisco numa esplanada em cima do mar. Tudo óptimo.
Ontem, segunda-feira, voltámos para aquelas bandas. Fomos para uma praia espectacular: Baía Azul. Antes de irmos mesmo para a praia fomos a um miradouro. É impressionante porque estacionámos os carros e, poucos minutos depois, tínhamos cerca de 8 miúdos pequenos à nossa volta a pedirem dinheiro. O mar clarinho, com sombra das arvores na praia. Um grande dia de praia. Ainda demos um pulo à Caota, Caotinha e Praia do Alexandrino para ter uma ideia. Almoçámos, tardiamente, em Bengela e demos uma volta, ainda durante o dia. Tal como o Lobito, está uma cidade arranjada e ordenada. As avenidas são grandes, espaçosas, abertas, há jardins muito bem tratados, a igreja. Esta cidade é a que tem mais vida, do que vi até agora. Muita gente na rua em todo lado, imenso trânsito de carros e muitas motas mas também em contraste, sentimos que “está-se bem”, não se sente perigo e dá vontade de uma pessoa andar na rua! Eu acho, sinceramente, que era capaz de viver em Bengela.


Vista para Baía Azul


Praia Baía Azul
Caotinha
Entretanto ontem comi a melhores bananas que alguma vez comi na minha vida: doces e nada farinhentas! Chamam-se banana ouro e são espectaculares. Comi logo 4, fiquei almoçada e lanchada! Lol. Entretanto se houver alguém que queira um vestido de noiva exclusivo, com cheiro e pó característico de Angola basta dizerem-me. Vi a melhor loja de vestidos de noiva que existe…façam a encomenda, pela imagem.

Banana Ouro


sábado, 26 de dezembro de 2009

Angola, Luanda- Primeiras Impressões





Chegámos bem cedo a Luanda e talvez por ser 26 de Dezembro, não havia o trânsito que, ao que parece, é um caos nesta cidade.
Depois de irmos deixar as coisas a casa fomos dar uma volta de carro.
Talvez por já ter ouvido tantas histórias sobre a pobreza, isso não me chocou. A rua, as pessoas deitadas no chão, o próprio lixo não me impressionaram. O que realmente me fez confusão foi ter encontrado uma cidade toda destruída. Os prédios estão todos esburacados, com ar sujo..tudo parece um bairro social....houve uma paragem no tempo.
Não se consegue ter percepção do que é um bom, ou mau, bairro pelas casas. Podemos ver uma casa optima e logo de seguida um barraco.. No entanto, das voltas que demos há uma zona mais cuidada: Miramar.
A temperatura optima, um calor húmido. Hoje choveu mas, com o calor que estava, soube bem. Fizemos umas compras num supermercado normalissimo, com excelente aspecto mas tudo carissimo: um desodorizante 10€, dois sacos de limões (comprados na rua) também 10€.
Fomos almoçar Musungé que, no fundo, é uma sopa de peixe com batata doce e mandioca à mistura. Optimo!
Entretanto andámos a procura de um restaurante e o pai enconstou o carro e perguntou. Ao que lhe responderam : "Já não se faz sentir!". E mais nada.
Amanhã acordamos às quatro da manhã, seguimos para Lobito! :)